NOSSA HISTÓRIA
O Centro de Educação Infantil “Maria Helena de Castro Costa Januário” foi fundado em 25 de novembro de 1987, pelo Padre Francisco Schneider; pelo Sr. Dirceu Januário, e pela professora Joelina Rodrigues da Silva, que juntos a um pequeno grupo de voluntários aceitaram o desafio de transformar uma pequena casa da COHAB-Ld em uma creche.
Nesta época o desafio era humilde: atender 50 crianças do Conjunto Chefe Newton Guimarães, que era pequeno e sem bairros vizinhos.
Naquele mesmo ano foi então criada a “Associação Ano 53 – Sociedade Civil Beneficente”, e a posse se deu a 10 de dezembro de 1987, quando a cidade de Londrina completava 53 anos. Daí veio o nome da nossa Associação – “ Associação Ano 53”, atualmente somando-se o número de matriculados nas duas unidades, atendemos 240 crianças.
Na Unidade I Chefe Newton, atendemos crianças das etapas C2 (dois a três anos ) e C3 A e B (de três anos a quatro anos) em período integral, no horário das 07h15 as 17h30; e a etapa P4 em período parcial manhã ( 20 alunos) no horário das 07h15 as 12h15 e período vespertino ( de quatro a cinco anos) no horário das 12h30 as 17h30.
Em maio de 1995, nos foi proposto mais um desafio: o de assumir uma creche no Conjunto Parigot de Souza III, aí nasceu a Unidade II Parigot 3, atualmente com 164 alunos matriculados distribuídos pelas etapas do CB integral (de 04 meses a 12 meses); C1 integral (12 meses a 24 meses); C2 integral (dois a três anos); C3 integral ( de três anos a quatro anos), e a etapa P4 em período parcial (manhã e vespertino ) de quatro a cinco anos. O horário do período integral é das 07h00 as 18h00, para o período parcial manhã o horário de entrada é das 07h15 as 12h15 e do período vespertino, entrada as 12h30 saída as 17h30.
No quadro geral de funcionários temos:
01 diretora;
02 coordenadoras pedagógicas,
01 secretária;
03 cozinheiras;
05 auxiliares de serviços gerais;
17 professoras.
A diretoria da Associação é toda formada por voluntários.

A educação é um seguro para a vida e um passaporte para a eternidade.
Antonio Guijarro


Nascida no interior do estado de Sergipe, aos 7 meses de idade com seus pais Joaquim e Elisa Rodrigues da Silva e seus irmãos, ao final de 1937, viram-se expulsos de sua propriedade por um grupo de cangaceiros sob o comando do próprio Lampião. A família conseguiu passagem em cargueiro com destino ao porto de Santos, onde permaneceram por 21 dias em quarentena distante do porto. Mesmo assim, o sr. Joaquim com seus 6 filhos, alcançou a cidade de Londrina por via férrea. A própria empresa gestora da Estrada de Ferro proporcionava trabalho para o migrante e moradia. Moradia esta que, era um rancho construído com a estipe de palmitos, ficava próxima a estação, onde ainda menina aprendeu a amar e admirar a natureza.
in memorian
JOELINA RODRIGUES DA SILVA
( 19/05/1937 – 19/05/2020)


O Colégio Mãe de Deus, sob a direção das irmãs de Schoentatt, na época, acolhia crianças pobres por caridade e trouxe Joelina para junto de si, já que a criança passava fome, quase não tinha o que vestir, segundo relato repassado aos mais próximos, ela tinha apenas um vestido. E a mesma se defendia com sua habilidade de adaptação à disciplina escolar, fechando sua trajetória profissional como professora no CCH ( Centro de Letras e Ciências Humanas) da Universidade Estadual de Londrina.
Aposentada e exercendo voluntariamente o cargo de secretária da Paróquia Rainha dos Apóstolos, situada na Avenida Tiradentes,53, com responsabilidade pastoral sobre os recém criados conjuntos de habitação popular. O prefeito da época Sr, Wilson Moreira, convidou o então pároco padre Francisco Schneider e a secretária Joelina para organizarem uma “creche” no conjunto Habitacional Chefe Newton Guimarães, a ser instalada a partir de 1988 na sede da Associação de Moradores, porém, sem a mínima qualificação para um trabalho educacional. A entrega ocorreu em 25 de novembro de 1987, próximo ao 53º aniversário da cidade de Londrina, e daí veio nome da associação mantenedora. O talento organizatório incomum e a experiência da Prof.ª. Joelina, encontraram o campo certo para o progresso. O círculo de amigos da prof.ª. Joelina, garantiram até mesmo a expansão do trabalho pedagógico, partindo para a segunda unidade, na Rua: Aurélio Buarque de Holanda, 1050- Cj, Hab. Parigot de Souza 3, que era dirigida por uma igreja evangélica, a qual iria encerrar as atividades na creche, e assim, com a coragem de menina que trazia em si, dirigiu com maestria as duas unidades por 33 anos.
Com a saúde debilitada por várias cirurgias, em maio de 2020, após permanecer internada por 33 dias, não resistiu à infecção pelo corona vírus.
A prof.ª. Joelina deixa seu exemplo de determinação, organização, responsabilidade no cuidado com os pequenos não só no âmbito escolar, mas estendendo-se às suas famílias, pois sua preocupação com o frio e a fome eram constantes, inúmeras vezes, levou alimentos, roupas e cobertores às famílias dos alunos em meio ao frio e a chuva.
Aqui fica registrado, o agradecimento e a saudade eterna de quem conviveu de forma próxima com o ser humano mais caridoso, com o qual tiveram oportunidade de dividir momentos especiais e muitas risadas.

PADRE FRANCISCO SCHNEIDER
O Padre Francisco Schneider, Palotino, nasceu na Alemanha, Estado da Baviera, bem à margem sul do Danúbio, em 8 de março de 1930, em plena recessão mundial com milhões de desempregados. Passou a infância e adolescência, principalmente os 5 anos de guerra brutal, com cidades destruídas, milhões de vidas ceifadas, a fome e os refugiados da região leste, deixaram marcas indeléveis. Em 1946 apenas funcionavam a rede ferroviária precária e pouquíssimos veículos civis. Um sacerdote da cidade conseguiu formar um grupo de estudantes no colégio estadual do qual saíram 4 padres.
O pároco da vila, soldado e prisioneiro de guerra na União Soviética, queria encaminhar o jovem estudante Franz para o Seminário diocesano. O jovem preferiu outra direção. Em Julho de 1950 arrumou sua mala, despediu-se dos pais e foi para o noviciado dos Padres Palotinos. Conviveu com veteranos de guerra e aprendeu as regras e disciplina da Sociedade de São Vicente Pallotti. Pouco tempo depois do noviciado, o superior dos Palotinos de São Paulo veio buscar vocações na faculdade de Teologia de Schoenstatt. O Padre Francisco integrou o terceiro grupo e chegou ao Brasil no dia 12 de Julho de 1954, indo diretamente para a cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. No teologado dos Palotinos de Santa Maria, o grupo continuava os estudos e foi iniciado na língua portuguesa.
No dia 15 de Julho de 1956 três jovens palotinos receberam o sacramento da Ordem das mãos do então bispo de Jacarezinho, Dom Geraldo de Proença Sigaud, na antiga matriz de Londrina. Desde 1964 o Padre Francisco vem exercendo o ministério sacerdotal na Arquidiocese de Londrina: 4 anos na paróquia Rainha dos Apóstolos, 8 anos como vigário paroquial na Catedral, 20 anos novamente na Rainha dos Apóstolos e desde 1996 na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, no Parigot III onde mora.
Em março de 1980, Dom Geraldo pediu que o padre assumisse a pastoral do então novo conjunto habitacional Vivi Xavier. Lá construiu sua primeira igreja. Pouco tempo depois construiu o salão social da Capela São José de Anchieta do Parigot II. Em 1990 iniciou a igreja Nossa Senhora de Nazaré no Parigot III, e, com a ajuda muito carinhosa do Monsenhor Bernardo conseguiu construir a paróquia Santa Terezinha do Chefe Newton e ainda a capela Capela Santa Rosa de Lima no Jardim Palmas, perto da nascente do Rio Lindóia. Junto às obras de construção de igrejas não descuidou das obras sociais assumindo em 25 de novembro de 1987 o desafio de uma pequena creche para 60 crianças no Conjunto Chefe Newton, a pedido do então prefeito Wilson Moreira. Esta obra, com a ajuda de amigos cresceu e hoje existe o Centro de Educação Infantil “Maria Helena de Castro Costa Januário”, atendendo a 240 crianças de 0 a 5 anos, com toda a estrutura das leis vigentes, se destacando pelo carinho e esmero de seus 35 funcionários e a Diretoria da Associação Ano 53, composta por amigos voluntários.

Em toda essa trajetória de trabalhos pastorais, o padre Francisco guarda com muita gratidão os seus chamados “Anjos da guarda”, em primeiro lugar Dom Geraldo Fernandes, depois os Padres Palotinos, entre os quais seu antigo superior Padre Carlos Probst e seu primeiro orientador, o Padre Alberto Strittmatter. Lembra-se depois dos companheiros de caminhada: Monsenhor. Bernardo, Padre Carmelo, Padre Paulo Brincat e. Monsenhor José Agius. Em fim, o padre Francisco encontrou na arquidiocese de Londrina, com os bispos, os irmãos sacerdotes e o Povo Santo de Deus uma segunda e acolhedora pátria. A todos os amigos ainda vivos e aos já gozando a glória dos bons operários, oferece as suas preces e toda uma infinita gratidão. Deus os abençoe. Amém!


